CCR investe R$ 250 milhões para recuperar rodovias atingidas por enchentes no RS

Brasil

Projetos de engenharia vão incorporar premissas de uma infraestrutura mais resiliente às mudanças climáticas

O grupo CCR vai investir R$ 250 milhões na recuperação das rodovias que administra no Rio Grande do Sul. As obras serão executadas pela concessionária ViaSul na BR-386, na BR-448 e na BR-290 (Freeway).

Os trabalhos compreendem a recuperação de encostas comprometidas, a restauração de pontes e recomposição do asfalto danificado após as enchentes que devastaram o estado.

A previsão da CCR é que os trabalhos sejam concluídos até o começo do segundo semestre de 2025.

Das três estradas, a mais afetada foi a BR-386, conhecida como Rodovia da Produção, uma das ligações mais importantes entre Porto Alegre e o interior gaúcho. Durante as chuvas, ela teve mais de 100 pontos de desabamento de encostas, das quais 20 classificadas como críticas.

Em diversos pontos ao longo dos 473,4 quilômetros de concessão da ViaSul, a qualidade do pavimento ficou comprometida pelas inundações. Além disso, uma ponte sobre o rio Taquari foi severamente afetada pela força da correnteza.

O grupo CCR informou à CNN que duas apólices de seguro estão sendo acionadas. A primeira delas visa compensar danos materiais e de infraestrutura. Outra diz respeito aos lucros cessantes, ou seja, à perda de receitas com a suspensão da cobrança de pedágio na BR-386.

Mesmo assim, acrescentou a companhia, não está descartado um pedido posterior de reequilíbrio econômico-financeiro da concessão à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A sinalização dada pelo governo federal, segundo a CCR, é de que se trata de um evento de “força maior” (as inundações no Rio Grande do Sul). Isso ensejaria uma compensação contratual, o que pode ocorrer via aumento de tarifas ou alongamento do prazo de concessão, por exemplo.

Infraestrutura resiliente
Os trabalhos de recuperação das rodovias pela ViaSul vão incorporar premissas de uma infraestrutura mais resiliente às mudanças climáticas. Rompe-se, assim, a mera lógica de reprodução da engenharia usada no século 20.

Boa parte das encostas era revestida com cobertura vegetal para evitar a erosão do solo. Diante do contexto atual, os novos taludes serão concebidos com estruturas de contenção mais robustas, tornando essas estruturas mais resistentes ao novo regime de chuvas.

As obras darão continuidade às ações que a ViaSul vem implementando desde o início de maio, quando precisou liberar emergencialmente as pistas com segurança para o fluxo de veículos.

Com a redução do nível de precipitação de chuvas, a partir do dia 2 de maio, a concessionária se mobilizou para iniciar os trabalhos de liberação das pistas. Uma série de ações foi executada nesta etapa, como vistoria geotécnica, desvio das águas, análises de topografia, escavação de alívio, implantação de barreiras e sondagens, e limpeza e desobstrução das vias.

No dia 7 de maio, segundo a CCR, todas as rodovias já estavam em plenas condições de tráfego para qualquer tipo de veículo, ainda que com restrição de velocidade, possibilitando que cidades inteiras que estavam ilhadas pudessem receber ajuda humanitária.

Fonte: CNN Brasil

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