Balanço da Secretaria Estadual de Educação mostra que, até esta quinta-feira (9), quase 20% das instituições de ensino do RS sofreram prejuízos no mobiliário, nos equipamentos ou na estrutura geral.
Além de todas as moradias que terão de ser reconstruídas após as inundações do Rio Grande do Sul, outro desafio será enfrentado pelo estado: a reestruturação de pelo menos 426 escolas estaduais que foram danificadas pela água.
🖊️O governo estadual explicou ao g1 que, como o acesso às instituições de ensino está comprometido, a Secretaria de Obras Públicas não havia conseguido, até esta quinta-feira (9), fazer a vistoria para dimensionar os estragos.
“Ainda não foi possível ter um detalhamento. Pode ser questão de mobiliário [danificado], equipamentos ou até obras [comprometidas]”, informa a Secretaria de Educação Estadual.
Até a mais recente atualização desta reportagem, também não havia uma estimativa do número de colégios municipais e privados impactados pelo desastre.
De acordo com o Censo Escolar 2023, são 2.345 escolas estaduais no Rio Grande do Sul. Entre elas:
954 (40,7%) foram afetadas de alguma forma pelos temporais, em 236 municípios (estão com problemas de acesso ou foram danificadas);
do grupo acima, 426 instituições de ensino (18,2% do total) sofreram especificamente danos físicos;
75 estão servindo de abrigo para as vítimas das inundações.
📖Mais de 330 mil alunos estão sem aula; em Porto Alegre, não há previsão de volta
A Secretaria afirma também que, dos 738.749 estudantes da rede estadual, 331,2 mil (44,8%) estão com aulas suspensas.
➡️Nas regiões abaixo, não há previsão de retomada das atividades letivas:
Porto Alegre;
São Leopoldo;
Estrela;
Guaíba;
Cachoeira do Sul;
Canoas
e Gravataí.
➡️Em Pelotas e Rio Grande, as aulas estão suspensas até pelo menos sexta-feira, 10 de maio.
➡️E nas áreas abaixo, já foi possível reabrir as escolas:
Uruguaiana;
Osório;
Erechim;
Palmeira das Missões;
Três Passos;
São Luiz Gonzaga;
São Borja;
Ijuí;
Caxias do Sul;
Santa Cruz do Sul;
Passo Fundo;
Santa Maria;
Cruz Alta;
Bagé;
Santo Angelo;
Bento Gonçalves;
Santa Rosa;
Santana do Livramento;
Vacaria;
Soledade
e Carazinho.
Inundações deixaram mais de 100 mortos
O boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul da manhã desta quinta-feira (9) afirma que o número de mortos subiu para 107. Há 136 desaparecidos e 374 feridos.
Segundo os meteorologistas, os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul desde o fim de abril são reflexo de ao menos quatro fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas:
☀️Uma onda de calor que atinge as regiões Sudeste e Centro-Oeste forma um bloqueio que impede a a chuva de “ir embora”.
💨 No fim de abril, havia um cavado, que é uma corrente intensa de vento, agindo sobre o Rio Grande do Sul e contribuindo para que o tempo ficasse instável.
💧 Isso se somou a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva.
🔥Estamos também vivendo as consequências do El Niño (que começou em agosto de 2023, teve um pico em janeiro e terminou em abril de 2024). Ele aqueceu a superfície do Oceano Pacífico, adicionou calor extra à atmosfera e aumentou as temperaturas globais.
Fonte: g1