Greve paralisa aulas há quase 2 meses no Instituto Federal de Sertãozinho, SP; entenda impasse

Educação

Funcionários e professores iniciaram paralisação em 3 de abril solicitando aumento salarial de até 34%, recomposição de carreiras e de orçamento da instituição. Em assembleia esta semana, profissionais rejeitaram nova proposta do governo e decidiram manter greve.

Aulas do ensino médio ao mestrado paradas, biblioteca e diretorias ligadas a atividades de extensão sem funcionamento são alguns dos impactos de uma paralisação de funcionários e professores do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) em Sertãozinho (SP), que já se estende por quase dois meses.

Mobilizada no início de abril, como parte de uma paralisação mais ampla de instituições federais, a greve visa revisar, em até 34%, os salários, reestruturar carreiras e melhorar o orçamento para as instituições de ensino, além de solicitar medidas como a revogação da Lei do Novo Ensino Médio.

Esta semana, os profissionais decidiram, em assembleia, manter a paralisação, enquanto aguardam uma nova proposta do governo federal. Enquanto isso, estudantes reclamam dos prejuízos para o andamento do ano letivo.

Além de Sertãozinho, na região de Ribeirão Preto (SP) a paralisação também afeta as atividades do IFSP de Barretos (SP).

“As atividades no campus estão paradas. A única que está tendo é fundamentos da matemática, porque a professora não é concursada, e aí ela não pode tirar a greve. A gente está tendo só essa aula e está prejudicando o pessoal demais”, afirma Willy Gabriel Costa Peres, de 18 anos, aluno de licentiatura em química em Sertãozinho.
Em nota, o Ministério da Educação informou que a pasta estará sempre aberta ao diálogo, franco e respeitoso, pela valorização dos servidores.

A seguir, entenda o que se sabe sobre a greve dos servidores no IFSP de Sertãozinho e quais os impactos para as atividades no campus.

Quando começou a greve e o que os profissionais pedem?
Em Sertãozinho, os técnicos administrativos em educação (TAEs) e os professores do IFSP aprovaram que entrariam em greve no final de março e iniciaram a paralisação em 3 de abril.

O movimento tem o intuito de pedir:

recomposição salarial de 34,32% para os TAEs, em três parcelas, entre 2024 e 2026, e de 22,71% para os professores, como maneira de compensar as perdas inflacionárias que chegaram a quase 50%, segundo a categoria, entre 2028 e 2022;
reestruturação nos planos de carreira;
recomposição do orçamento dos institutos federais, que, segundo o movimento, corresponde a 50% do valor de 2018 diante um número de alunos maior;
revogação de medidas de governos anteriores como a lei do Novo Ensino Médio e da portaria 443/2018, que estabelece preferência por empresas terceirizadas para contratação de serviços de tradução e intérprete em libras.
Qual é a adesão e o que foi afetado?
De acordo com o comando de greve do campus de Sertãozinho, a adesão à greve é de ao menos 78% entre docentes – dos 93, 73 estão paralisados – e de 84% entre os técnicos administrativos – 42 dos 50.

“A adesão a greve no câmpus Sertãozinho foi muito forte desde o início, a maioria das aulas estão paralisadas e apenas serviços essenciais estão mantidos”, informa o grupo.
Em função disso, segundo o comando de greve, uma série de atividades estão paralisadas. São elas:

aulas do ensino médio (com apoio do grêmio estudantil);
aulas no ensino superior;
aulas do mestrado profissional em educação profissional, técnica e tecnológica;
biblioteca;
Coordenadoria de Apoio ao Estudante;
Coordenadoria do Sociopedagógico;
Diretoria de Administração;
Diretoria de Extensão;
Diretoria de Pesquisa;
Secretaria Escolar;
Coordenadoria de Tecnologia de Informação;
técnicos de Laboratórios.

O que ainda está em funcionamento?
Apesar da paralisação, o campus de Sertãozinho está aberto, com a possibilidade de acesso a:

quadras esportivas
pátios
manutenção de atividades ligadas a iniciações científicas
cursinho pré-vestibular popular
cursos do centro de línguas
Além disso, segundo o comando de greve, atividades essenciais foram mantidas. São elas:

pagamento do Programa de Apoio e Permanência estudantil;
pagamento dos contratos com fornecimento de mão de obra (vigilância, limpeza, portaria, copeiragem e distribuição de merenda);
pagamento e orientação das bolsas de Ensino, Pesquisa e Extensão;
orientações e trâmites dos estágios obrigatórios para conclusão de curso.
Como estão as negociações com o governo?
As negociações são articuladas entre o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o governo fFederal.

Segundo o comando de greve do IFSP em Sertãozinho, uma assembleia foi realizada na última quinta-feira (23) para avaliação da segunda proposta apresentada pelo governo federal, não aceita pela categoria que decidiu prosseguir com a paralisação.

Fonte: g1

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